SINDJUFE-BA

Quero parabenizar a iniciativa e a coragem dos colegas de Feira de Santana.

Para garantir o movimento, diante das pressões e ameaças de alguns juízes, especialmente sobre os secretários de audiências, eles fizeram um cordão de isolamento nas entradas do prédio.

Só foi permitido o acesso dos diretores e dos juízes.
Secretários de audiências, diretores-adjuntos e requisitados, que normalmente são "convidados" a furarem a greve, foram impedidos de entrar no prédio.

A atitude é inédita, mas mostra que, ao invés de se acovardar com as atitudes da adminitração e dos magistrados, os colegas encontraram uma resposta inteligente para dizer que nosso movimento não precisa de "autorização".

Gostaríamos muito que os juízes entendessem uma mobilização em defesa de uma causa legítima, justa. Mas não precisamos do consentimento deles para fazer nossa greve.

O que precisamos é de formas inteligentes de responder às resoluções e atos que vêm contra nós. Não podemos ignorá-los, não podemos ficar agindo como agíamos quando eles não existiam, mas também não devemos recuar por causa deles.

Os servidores de Feira de Santana decidiram que às 10h mandariam um servidor para cada vara fazer os pagamentos, mas antes disso nienhum servidor entraria. À tarde, outro servidor subsitituiria o da manhã. Assim, cumpriram o serviço que acham ser essencial, uma vez que a administração do TRT não sentou com a categoria para decidir que serviços seriam esses.

A posição adotada por Feira de Santana é emblemática. As pessoas que formavam o cordão de isolamento apenas informaram que não se mexeriam dali, mas não reagiriam a qualquer tentativa de passagem, sendo bastante que alguém empurrasse um deles para abrir caminho. Ou seja, o servidor que quisesse furar o movimento teria que agredir um colega, fazendo, na prática, o que todos os servidores que furam o movimento fazem simbolicamente com aqueles que estão se expondo para defender a melhoria do salário de todos.
 

Depoimento de um servidor do TRT5