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Aviso postado dia 14/02/2011

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Renúncia de Famosos

Renúncia de Famosos

A expressão  “renúncia” no cenário político brasileiro nos remete imediata e traumaticamente a Jânio Quadros e seu famoso discurso, do qual transcrevo um pequeno trecho (o inteiro teor está no Wikipédia): "Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou de indivíduos, inclusive do exterior. Sinto-me, porém, esmagado. Forças terríveis levantam-se contra mim e me intrigam ou infamam, até com a desculpa de colaboração. 
 

 

Impacto similar foi causado por renúncias mais recentes, como a do ex-Presidente Fernando Collor de Mello que, em entrevista realizada ao www.clicapiaui.com, acusou o parlamento de golpista: “A falta de integração minha com o Congresso foi realmente o ponto fulcral para que, o que eu digo, o golpe parlamentar pudesse ter sido efetivado nos idos de 92.”  
 

 
Ainda tivemos, a do ex-Senador Antonio Carlos Magalhães que, da mesma forma que Jânio, alegava a existência de forças poderosas a subjugá-lo e aponto de restar a renúncia como única saída possível: “A mentira é a farsa que alguns montaram, com a ajuda de poderosas forças, para calar-me no Parlamento.” 
 

 
Renan Calheiros, outro renunciante famoso, defendeu em seu discurso: “Não adotei este gesto antes pois poderia sugerir, naquele momento, uma aceitação das infâmias e inverdades. Desculpem-me se essa interpretação não pareceu a mais conveniente, mas agi de acordo com a minha consciência, convicto de que era a conduta mais correta.” 
 
Além destas, obviamente, são incontáveis no Brasil as renúncias de políticos para escapar de condenações, foro privilegiado e inelegibilidade.   
 

 
No Brasil, os políticos renunciantes são sempre vítimas de forças obscuras, de golpistas, forças poderosas e mentirosos...pobrezinhos...Na verdade, excluindo Jânio Quadros, cujo resultado da renúncia nos trouxe um período político de escuridão sombria, os demais utilizaram a manobra para escapar de condenações. 
 
 
Deixando de lado os objetivos individuais duvidosos de cada renunciante citado, analisemos as conseqüências da renúncia na vida do eleitor. Renúncia, tomadas as declarações citadas acima, de conhecimento público, e o contexto histórico em que forma utilizadas, é atitude de quem pretende fugir das responsabilidades assumidas quando da assunção do cargo, num claro desprezo pelo eleitor, pelas exigências de um cargo público e da necessidade da continuidade do serviço público que prestam, muito bem remunerado, ressalte-se.
O STF já  reprovou esta atitude ao decidir, por 8 votos a 1, no julgamento que envolveu o ex-deputado Natan Donadon (RO), que a renúncia ao mandato para deliberadamente perder o foro privilegiado não evita mais a condenação.
 
 
Falta aos eleitores já sabedores desta manobra vergonhosa, covarde e irresponsável, reprová-la nas urnas.
 
Por Jaqueline Marques de Castro (Servidora da Justiça Federal de Guanambi)
 


 

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