O NÃO venceu. O povo grego disse um sonoro não às medidas de austeridade propostas pela troika (Banco Central Europeu, União Européia e FMI). Foi um placar amplo, no qual 61,31% dos gregos reafirmaram suas esperanças em uma política voltada para os trabalhadores, em que os custos da crise não sejam assumidos por aqueles que não a criaram.
O capital financeiro e a sua política de pilhagem dos estados desejavam impor à Grécia medidas ainda mais duras, que redundariam em mais ataques aos direitos dos trabalhadores e aos salários. O povo grego disse NÃO.
Nesse sentido, o que ocorreu na Grécia serve de inspiração a nós, trabalhadores brasileiros que, neste momento, sofremos duros ataques aos nossos direitos previdenciários (MPs 664 e 665), direitos trabalhistas (PL 4330/2004) e vivenciamos políticas de congelamento e redução direta (MP que permite a redução de salários) e indireta (através da correção de tabelas do IRPF em índices inferiores ao da inflação) de salários. Infelizmente, a Presidente Dilma, que prometeu não atacar direitos dos trabalhadores durante a sua campanha eleitoral, governa abertamente para o capital financeiro e para as grandes empresas deste país, contando, para isso, com o apoio do congresso nacional.
Nós, trabalhadores do judiciário federal na Bahia, em luta por nossa recomposição salarial, após mais de uma década de perdas, nos solidarizamos com o povo grego. A sua luta nos inspira e nos oxigena no duro enfrentamento que temos feito para derrotar a política de congelamento dos nossos salários.
Sabemos que a luta dos gregos está apenas começando. A pressão dos bancos será grande, como é também aqui no Brasil em relação ao ajuste fiscal, pois é assim, às nossas custas, que eles garantem os seus lucros.
Seguiremos lutando.
Seguiremos dizendo OXI.
Servidores do Judiciário Federal na Bahia