Amanhã, dia 19 de maio, é dia nacional de luta e mobilização pelo reajuste emergencial de 19,99%. Aprovamos em nossa assembleia geral paralisar por 24 horas. Este artigo tem o objetivo de dialogar com as colegas e colegas de nossa categoria sobre a importância e a necessidade de realizarmos um forte dia de paralisação. Motivos para isso não faltam.
Todas as vezes que vamos ao supermercado e à feira sentimos no bolso a escalada da inflação. Os preços dos alimentos estão nas alturas. A carestia corrói nossos salários e reduz nosso poder de compra.
Nosso último reajuste salarial foi em janeiro de 2019, de lá pra cá a gasolina subiu 157,33% e a cesta básica aumentou, em média, 48%. O quilo da carne bovina subiu 75% e o café hoje está 88% mais caro.
A inflação oficial entre janeiro de 2019 e dezembro de 2021 chegou a 19,99%. Este é o índice que o conjunto dos servidores públicos têm cobrado do governo. Não se trata de aumento salarial. A reposição servirá para amortecer o impacto das perdas com a inflação. Mas não corrige perdas anteriores, nem a inflação deste ano, que já passa de 4% e podendo passar dos 10% até o fim do ano.
Só a reposição salarial emergencial já é motivo suficiente para paralisarmos, afinal estamos falando de nossos salários, que estão a cada dia mais achatados. Essa política de arrocho salarial é parte da política de Bolsonaro de precarização e sucateamento dos serviços públicos. A suspensão de reajustes anuais é a 'granada no bolso do inimigo', disse o ministro da Economia, o neoliberal e entreguista Paulo Guedes. O mesmo que chamou os servidores públicos de parasitas.
A necessidade de derrotar Bolsonaro e seu projeto golpista
Temos outros motivos para ir à luta. Somos governados por um presidente de ultradireita, que vem aumentando sua escalada golpista, inimigo declarado dos trabalhadores e dos setores oprimidos. Precisamos reagir a essa escalada golpista, com organização e autodefesa de nossa classe, com mobilização e ação direta.
É criminosa a política das direções majoritárias do movimento sindical, estudantil e popular, incluindo a direção majoritária da Fenajufe, de boicotar a construção de uma greve geral, para defender os serviços públicos, nossos direitos e liberdades democráticas. Essas forças políticas, capitaneadas pelo PT e a CUT, apostam todas as fichas nas eleições de 2022. Enquanto isso, o bolsonarismo avança em sua organização, enquanto nossa classe segue confusa e desorganizada.
Não estão dadas todas as condições para um golpe militar no Brasil, mas isso não quer dizer que Bolsonaro e o setor das forças armadas que o apoia, não tentem. As declarações do presidente genocida mostram que é essa é sua intenção.
E o que fazem as direções do movimento? Seguem apostando nas instituições burguesas, as mesmas que Bolsonaro desmoraliza todos os dias. Seguem apostando nas eleições, a mesma que Bolsonaro quer melar. Seguem apostando em uma frente ampla com a burguesia, a mesma burguesia que elegeu Bolsonaro.
Temos que apostar na nossa organização e mobilização, na construção de uma alternativa classista, independente, que aponte uma perspectiva real de mudança, na construção de uma outra sociedade, mais justa e igualitária.
Cada mobilização que fazemos, incluindo a paralisação que vamos realizar amanhã em defesa do reajuste salarial emergencial, deve ser um ponto de apoio e fortalecimento da luta contra este governo genocida e seu projeto ditatorial.
Amanhã, nossa paralisação será sim por reajuste salarial, pois não podemos aceitar o arrocho dos nossos salários. Mas será também um dia de luta pela construção de uma greve geral, que se torna mais necessária a cada dia que passa. Por isso, cobramos da CUT e da ala majoritária da Fenajufe que assumam seu papel e organizem a greve geral. Chega de imobilismo. O imobilismo favorece Bolsonaro e seus aliados, que avançam os ataques contra nós. Como diz a canção, “camarão que dorme, a onda leva”.
À nossa categoria, reforçamos o chamado a somar e construir a paralisação de amanhã junto com o Sindjufe-BA. Nossa gestão ‘Democracia & Luta’ aposta em nossa organização, em nossa força e em nossa independência.
Vamos à luta pelo reajuste emergencial de 19,99% e em defesa das liberdades democráticas. Fora Bolsonaro, Mourão e Guedes! Golpistas não passarão!