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Artigo postado dia 30/04/2022

Por: Jailson Lage

Artigo postado dia 30/04/2022

Por: Jailson Lage

Por uma Fenajufe independente de governos e administrações, classista, de luta e democrática

Por uma Fenajufe independente de governos e administrações, classista, de luta e democrática

Estamos em meio da realização do 11º Congrejufe, em Goiás. Este Congresso tem o desafio de apontar as lutas que a categoria deve travar nos próximos meses. Passados mais de dois anos de pandemia e cercado de grande turbulência externa, o Brasil encontra-se em um impasse. A crise sanitária levou ao extremo as já profundas crises econômica, social e política, que marcam a nossa história recente.

Junto a isso, soma-se a política reacionária e ultraliberal do governo de extrema direita de Jair Bolsonaro que, frente a pandemia, impôs uma política de morte e de desamparo à população mais vulnerável, aos trabalhadores e trabalhadoras, e aos pequenos negócios. Embora Bolsonaro tenha sido expressão mais emblemática dessa política, e coubesse ao governo federal a maior responsabilidade e centralidade na gestão da pandemia, os governos estaduais e municipais reproduziram em diferentes gradações essas mesmas diretrizes.

Assistimos em nosso país o aumento da miséria, do desemprego, da violência urbana e no campo.
A renda média do trabalho despencou a patamares de mais de uma década atrás. A inflação bate recorde e corrói o já prejudicado poder de compra dos trabalhadores e trabalhadoras.

A devastação ambiental tornou-se política de Estado, com desmatamento, genocídio e perseguição aos povos indígenas, favorecimento a garimpeiros ilegais e grileiros. Ao mesmo tempo, vemos a escalada da violência contra os setores mais oprimidos e minorias sociais e étnicas. O fomento à intolerância vem junto com sucessivos ataques às liberdades democráticas, e a tentativa permanente de diminuir ainda mais o espaço para defesa dos direitos da classe trabalhadora.

É neste cenário que realizamos o 11º Congrejufe. Um país em crise econômica, com uma profunda crise política e institucional, com um governo que busca aplicar um projeto ultraliberal e pró-imperialista, que tem levado ao sucateamento dos serviços públicos, precarização das relações de trabalho, aumento do desemprego, queda da renda e consequente empobrecimento e aumento da , desigualdade e da violência.

A situação exige de nós a responsabilidade de tomar decisões firmes, de enfrentamento na ação direta para derrotar Bolsonaro, caso contrário, seremos nós os derrotados. O imobilismo das principais direções do movimento sindical, estudantil e popular tem sido fundamental para a permanência deste governo genocida. Os recuos e a paralisia das direções majoritárias facilitaram o caminho de Bolsonaro no morticínio que ele promoveu e nos ataques que a nossa classe vem sofrendo. Ao fazer corpo mole e não avançar na organização e mobilização, tornam-se sustentáculo do governo Bolsonaro.

Não podemos depositar as esperanças nas eleições. A ultradireita se combate na ação direta e não construindo frente ampla eleitoral com a burguesia. Governos de conciliação de classe levam à derrota, à desmobilização e desmoralização da classe trabalhadora. Esse filme já vimos. Nossa tarefa é construir uma alternativa socialista, que aponte o caminho da construção de um governo dos e para os trabalhadores, sem aliança com a burguesia. Não existe governo “para todos”. Os governos do PT em aliança com Renan Calheiros, Temer, Sarney, Odebrecht, os bancos e o latifúndio, pavimentaram o caminho para Bolsonaro.

Precisamos virar esse jogo, mas tendo a classe trabalhadora como protagonista e não os setores da burguesia, os mesmos que deram derrubaram Dilma, naquilo que o PT chamou de golpe, e que hoje estão todos no arco da frente ampla com Alckmin como vice. Nosso desafio é construir um Polo Socialista e Revolucionário. Que unam todas aquelas e aqueles que acreditam e defendam um projeto de mudanças estruturais, que resolvam os problemas mais sentidos pelos trabalhadores e o povo pobre.

Um projeto estratégico que vá além das eleições, pois independentemente do resultado eleitoral, o certo é que persistirá o cenário de crise em todas as suas dimensões, justamente por isso não haverá uma estabilização do regime. É fundamental a oposição e o enfrentamento sistemáticos ao governo, que não se limite às urnas, e defenda de forma intransigente as reivindicações econômicas e democráticas da classe trabalhadora.

Frente a estes desafios, fazemos uma pergunta: como se localiza a Fenajufe? Nós defendemos que a nossa Federação se posicione ao lado das necessidades da nossa classe. Defendemos uma Fenajufe independente de governos e administrações, classista, democrática e de luta. Não podemos aceitar que nossa entidade representativa se torne um apêndice de um governo de colaboração de classes, afinal, a conjuntura não aponta uma resolução da crise econômica capitalista, o que implica dizer, que os governos e a burguesia seguirão buscando a retomada da taxa de lucro através do aumento da exploração da nossa classe. A guerra social deverá seguir e, não se pode descartar a possibilidade do seu aprofundamento.

A maior lição do último período deve ser a necessidade de reforçar a sua independência de governos, a sua autonomia frente aos patrões, o seu caráter classista, a necessidade da mobilização e ação direta nas ruas, bem como a superação do cretinismo parlamentar, que foi a tônica da atuação das burocracias sindicais e que submeteu o movimento a tantas derrotas.

Fazemos um chamado ao conjunto da categoria a ser parte dessa luta com a gente. É nós por nós!



 

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